Esta garoa.
De agosto,
Tem gosto,
Do vir aberto,
Do ir incerto,
Tem gosto,
Tem cheiro
De poeira
Além da vidraça.
Esta garoa
Vaga,
Pela rosa,
Pela mente,
Vagarosamente
Pelos olhos,
Pelos sentidos,
Ausentes
Em mim.
Esta garoa
Em cada folha
Caída ao peso
Da gota
Esgota-se
Na amplitude,
Do chão, se dilui.
E se perde na dor
Da terra seca.
Esta garoa,
De agosto vem
E como vem, vai,
Célere assim.
Evaporada,
Apressada
Para Céu,
Fica, a prece doída.
Esta garoa de agosto,
Louca, este desvario.
Doida que insiste
Como rio que corre
Em mim, e eu?
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Rio de mim mesmo!