segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A Noite no Campo



A Noite no Campo


A vida entra pelos ouvidos.
A Lua é o olho de Deus no Céu. 
E as estrelas pintas de sentidos,
Que vestem a noite em forma de véu.








Pan rege a noite no campo,
No coaxar dos sapos e rãs,
No criquilar dos grilos, 
No Chichiar das cigarras.



De longe, de um tronco oco,
Do barranco, no ninho camuflado,
O piar alerta da coruja alcança,
A solidão da madrugada que avança.

E sob a umidade serena,
A terra verdeja, silenciosamente,
Nas horas tardias e amenas,
E liberta a vida presa em cada semente.

E quando lá no horizonte,
Uma estrela apressada se apaga,
Outra da Divina fonte,
Em forma de Sol, ocupa a vaga

E o campo torna-se pura sensação,
Veste-se de cheiros e de sabores,
Vibra em harmonia, sons e cores,
Rege Deus o campo, que imensidão!!!

MAReis

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

PARADOXO

Paradoxo

Morte e vida
São partes do mesmo fio.
Há morte na vida,
Há vida na morte.

Na linha que rasga o rio
Para a vida prevalecer
Na mesma ação,
A linha há de se romper.

Peixe e pescador em tensão.
Perde o peixe, ganha o pescador.
Perde o pescador, vive o peixe.

Mas, não a vida na conquista,
Nem conquista na vida.
Um há de perder.

MAReis

ESPELHO

Para que o amor dure.
Penso.
Não há de haver contos de fadas.
Só magia no que se compartilha.

Para que o amor dure.
Penso.
Teus olhos há de ser tua alma!!!
No tempo e a cada tempo.

Para que o amor dure.
Penso.
Tuas palavras e teus gestos,
Para o ser amado,
Há de ser espelho!!!

MAReis

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Tragédia

A abelha
Em busca da flor,
 Desavisada,

Entrou no bar.
Morreu afogada
No fundo do copo,
No último gole.
De coca-cola.

MAReis

Aos Meus Amigos

Aos meus amigos

As flores da Ana,
As poesias do Zé,
Muitos risos,
Muitos amigos,
Cerveja gelada,
Vida, muita vida!!!


MAReis

No Quarto de Despejo

No Quarto de Despejo.

Repousa a bola furada,
O pião sem cordel,
O tabuleiro incompleto,
O estilingue quebrado.

Nas lembranças empilhadas,
Na caixa amarelada,
Dormem as cartas de amor,
Em letras desenhadas.

Na prateleira empoeirada,
Os primeiros romances,
Os primeiros versos,
Os ideais perdidos.

E encostado à parede,
O nariz vermelho
Sobre o riso alargado,
Da boca do palhaço,
Finge alegria.

Sei que vivo e
O quarto alarga-se no tempo.

MAReis