sexta-feira, 20 de março de 2015

Este Silêncio



Este Silêncio

Percorre 
Esta sala e minha alma.
Só a rua, lá fora, geme
A estridência dos coletivos
Que, na frivolidade dos fones,
Carrega outros silêncios.

No tremor da boca muda,  
Pulsam nuas
As vozes de cal
Silenciadas na acidez
Das ruas.

E meus pensamentos
Sulcam-me a face
Desenhando os caminhos
Das lágrimas que estão por vir.
Deus! Por favor, afasta de mim
Este tempo que não inventei!!   

MAReis

quarta-feira, 18 de março de 2015

Limite



Limite
(Março, 2015)

Vozes viscerais
Que convergem
Para a mesma linha
Na rota
Rota
Do arroto
No asfalto da língua
E no ceu da boca.

E o fel empresta a tinta
Nonsense expelida
Dos estômagos fartos
Nos espasmos,
Na repugnância,
Na vertigem,
Na aridez dos gritos
Coletivos,
Individualizados
E limitados
No apenas eu!

MAReis

segunda-feira, 16 de março de 2015

Oxigênio



Oxigênio

O ar
Que falta
No asfalto
Esta para além
Fala,
De quem fala.

Respire fundo,
No seu pedaço
De mundo,
Deixe a ânsia
Do passado
Passar!!

MAReis

sexta-feira, 13 de março de 2015

Mais uma Vez!!!



Mais uma vez!!!

(Março, 2015)


Mais uma vez as ruas se abrem aos gritos das massas

Gritos dispersos, diversos, inversos, de todos os credos.

Mais uma vez as mágoas doentes impunham as bandeiras.

Todas, certas e incertas, esbravejam todas as cores e dores.

E por trás do fumê, os charutos e “Whisky” importados

Embaralham cartas, lançam dados e arremessam dardos.



E quando os brados das ruas diluírem pelos botecos bêbados,

A hipnose midiática enfeitará de mentiras a verdade das massas.

E os bolsos fartos recalcularão nos gráficos digitais o lucro futuro.

As bandeiras, rotas e roucas, enrolar-se-ão tímidas e sentidas

E se esconderão, mais uma vez, nos armários solitários dos porões.

E as ruas abrir-se-ão, novamente ao gemer estridente das máquinas.



Das perdas, dos ganhos, dos enganos, das esperanças,

Do embate! Fica apenas o empate, na rouquidão das massas.

E voltarão a encher de sonhos os corações dos bares e dos lares,

As novelas, as lágrimas de colírio e os iates das estrelas da TV.

Voltará o futebol depois das mentiras das oito e das cenas das nove.

E a massa voltará a gritar pelos celulares e pelos teclados das máquinas.




Daqui, olho, quase vencido, os pesadelos invadirem novamente as ruas!!! 

MAReis

sexta-feira, 6 de março de 2015

A Flor de Março



Flor de Março

Na madrugada aberta,
A flor de março
Prende-se ao beijo
Numa gota de orvalho.

E o desejo perde-se
Na umidade da boca,
Para ressurgir-se vivo
Quando o céu, de novo,
Acender a próxima noite.  

E a valsa dos amantes segue
Até que outra flor de março,
Convide o dia para fazer festa
E o sol seque o cio
No grito do gato!!!

MAReis