sexta-feira, 22 de maio de 2015

Se Soubesse!



Se Soubesse!

Se soubesse
Que o dia amanheceria triste,
Que esta tristeza não é do tempo,
Mas minha, está aqui dentro.
Como uma velha parceira.

Se soubesse
Que não se mata tristezas
Com copos d’água,
Que elas permanecem presas
Na garganta como anzol na boca
Do peixe bem fisgado.

Se soubesse
Ao menos
De onde ela vem
Que destino tem,
Deixá-la-ia existir.
E que em um gesto de ousadia,
Poderia convidá-la para sair,
Andar por aí a toa
E brindar a vida.
E depois, bem depois,
No cansaço do nada
Poderia despedir-me dela
Enchendo-me de alegrias.

Ah! Se soubesse
Prendê-la-ia à toalha
Na mesa de um bar qualquer,
No ponto final de um verso
Na última gota de cerveja.

Se soubesse!!!

MAReis

sábado, 9 de maio de 2015

Mãe!!!


Mães, Obrigado!!!

Neste domingo, dez de maio, muitas mães receberão abraços, beijos, flores e palavras carinhosas de seus filhos e filhas.  Nada mais justo, elas merecem. Meu Deus!!! Como elas merecem!!
Eu, como milhões de outros filhos e filhas cujas mães já não se encontram mais por estas bandas, também as homenagearemos. Não lhes daremos flores, nem lhes daremos abraços ou beijos. Daremos aquilo que temos de mais valioso, as nossas memórias.
Este domingo será para mim e para muitos iguais a mim, um dia de busca. De busca daquelas lembranças que nos fizeram mais felizes e orgulhosos de sermos filhos e filhas daquelas mulheres que mais do que mães foram e serão sempre nossas referências de vida e para a vida. Aquelas mulheres que aprendemos a amar e respeitar:
Na gota de leite que nos saciou a fome,
No abraço que nos agasalhou do frio,
No beijo que nos ensinou a amar a vida,
No grito que nos fez acordar para o tempo,
Na palavra que nos fez acreditar no futuro,
No sorriso que nos fez sonhar com o amanhã,
No gesto que nos lembrou de viver o presente,
Naquela paciência que nos fez continuar,
Na lágrima contida que nos fez mais humanos.
Neste domingo, não vamos chorar, vamos conter as lágrimas, embora saibamos que as lágrimas contidas são aquelas que mais doem!
Parabéns a todas as mães, em especial a minha mãe!

MAReis

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Mi Poesia - Un Homenaje a Chile



Mi Poesía
(Un homenaje a Chile)

Es esta filosofía,
Escritura en la añoranza
De cada día.
Es esta parálisis
Que presta sentido la vida
Que no se mide
En el que se vive,
Pero en la añoranza
Del que se siente.

Mi poesía, salvo engaño,
Esta en el pico del pelicano,
En el grito del gavilán,
En las alas del condor,
En la bandurria austral.
En el Nandu-de Darwin.

Mi poesía viene
De la pimienta ahumada,
Del sabor de la empanada,
Del fuego de suelo
De la trucha y del salmón,
Del pez en el prato.

Mi poesía viene
Del tilintar de las copas,
Del llanto de los vinos,
De la dulzura de las viñas,
Del chiarriar de las cascadas,
De los leones-marinos.

Mi poesía flota
En el azul de los lagos,
En los peñascos sin fines,
En los picos nevados,
En las rosas, en los jardines,
En los pendores  de los capines.

Mi poesía pasea
Por entre las plazas,
Por el reloj de flores,
Por los brincos de las taringas,
Por las calles boscosas,
Por la libertad de los barcos.

Mi poesía es recuerdo
De la vista de la casa de Neruda,
De la Armada y de la La Moneda,
De Santa Lucia de San Sebastian.
De Chile de Allende,
De toda aquella gente.

Mi poesía corre
En la boca de las llamas
En el humo del volcán.
En las garras del cangrejo,
En los perros de la calle,
En las curvas de las carreteras.

Mi poesía hace fiesta
En la cerveza del bar,
En la nieve,
En la boca,
En el estómago,
En el olor del azufre.

Mi poesía es abrazo
En los brazos abiertos
De Nuestra Señora de los Andes!!

MAReis

terça-feira, 5 de maio de 2015

Minha Poesia ao Chile




Minha poesia
(Uma homenagem ao Chile)

É esta filosofia,
Escrita na saudade
De cada dia.
É esta paralisia
Que empresta
Sentido a vida
Que não se mede
No que se vive,
Mas nas saudades
Do que se sente.

Minha poesia, salvo engano,
Esta no bico do pelicano,
No grito do gavião,
Nas asas do condor,
Na bandurria austral.
No Nandu-de Darwin.

Minha poesia vem da:
Pimenta defumada,
Do sabor da empanada,
Do fogo de chão
Da truta e do salmão,
Do peixe no prato.

Minha poesia vem
Do tilintar das taças,
Do choro dos vinhos
Da doçura das vinhas,
Do chiar das cascatas,
Dos leões-marinhos.

Minha poesia flutua
No azul dos lagos,
Nos penhascos sem fins
Nos picos nevados,
Nas rosas, nos jardins
Nos pendões dos capins.

Minha poesia passeia
Por entre as praças
Pelo relógio de flores,
Pelos brincos das taringas,
Pelas ruas arborizadas,
Pela liberdade dos barcos.

Minha poesia é lembrança
Da vista da casa de Neruda,
Da Armada e da La Moneda,
De Santa Lucia de San Sebastian.
Do Chile de Allende,
De toda aquela gente.

Minha poesia corre
Na boca das lhamas
Na fumaça do vulcão.
Nas garras do caranguejo,
Nos cachorros da rua,
Nas curvas das estradas.

Minha poesia faz festa
Na cerveja do bar,
Na neve,
Na boca,
No estômago,
No cheiro do enxofre.

Minha poesia é abraço
Nos braços abertos
De Nossa Senhora dos Andes!!

MAReis