sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Lua!!!


Lua!!!



Por entre os dedos

Escapam-me

Os sonhos eternos,

Como o inverno

Na sua longa espera,

Na sua rota incerta

Mata a flor aberta

Ao nascer da primavera.



E o ceu que me fora certo,

Perdeu-se na agonia de Fênix

Sem razão para renascer.

E o tudo que me supria

Sumiu-se sob as chamas

Nas asas recolhidas de Ícaro.



O sol que me resta

É a imagem exposta no espelho,

É a moldura envernizada da boca,

É a face enfeitada pelo rosa pálido,

Como flores de paineiras.



Lua!  Minha dor matou os versos,

E o que penso, escrevo, mas já não é

Poesia, e o que era para ser acalento

Em versos, aos ouvidos dos amantes,

É agora, mas que não seja sempre,

Apenas lamento doido e doído!!!

MAReis

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Avisa Lá: O Rio Doce Voltará!!




Avisa Lá!!

A Vale
Matou o Vale ,
A Vale
Matou o Rio
Do Vale.
A Vale
Não velou
 Pelo que vale,
 O Vale.
 A Vale
 Encheu de lama
  Os olhos do Vale.
E o coração
Do Rio do Vale.
Mas o Vale é grande,
O rio do Vale é grande.
A doçura do Vale
 Vai voltar adoçar
As águas do Rio.
O Rio vai voltar
A ser Doce.
O peixe vai voltar
Ao Rio Doce.
As lágrimas de Minas
Vão reconstruir
A vida do Vale,
E as canoas voltarão
A deslizar
Pelo doce
Do Rio do Vale.
A vida voltará ao Rio
   E o Rio voltará a ser
O Rio Doce
Das Minas Gerais!!!
....................
E a Vale?
Nada Vale,
Só valeu,
Para quem dela se Valeu!

MAReis

domingo, 15 de novembro de 2015

Quando o Domingo Nasce


Quando o Domingo Nasce

A cortina fecha
A madrugada,
Aos corpos cansados
Nos êxtases das camas
Nas alegrias dos copos.

Os braços abrem-se
Aos abraços
Das despedidas.
E o delírio do sol,
Empresta a luz
À cafeína,
Na boca trêmula
Da bailarina.

Os olhos achados
E perdidos
Voltam ao tempo
Antes do espelho.
Os lenços de papel
 Recolhem as marcas
Desfeitas da face.

O domingo nasce
Na ressaca e nos molhos
À mesa. As lembranças
Dançam pelos pratos.
E no tilintar das taças
As esperanças adiadas
Desejam o próximo sábado.

MAReis

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Bom Dia Patrão!

Bom dia Patrão! 
O alarme, na sua rotina matinal, abre os olhos entediados do novo dia. As notícias, quase as mesmas de ontem, talvez as mesmas de amanhã, chegam pelas vozes vestidas nos ternos pretos que mancham as telas das TVs.
Lá fora, na distância dos ouvidos sonolentos, o galo indiferente a tudo, mete seu grito na madrugada, acreditando ser o dono do despertar de todos os sonos. Tudo rotina.
A mesma rua abre-se ao escoar frio dos carros e das buzinas. O portão recua-se ao sorriso do porteiro. E sigo para o matadouro.
Minto! No cruzamento fechado não há as mesmas balas de ontem e nem as que seriam de amanhã. A vendedora, que não tinha nome e nem idade, não veio a minha janela, nem me disse bom dia patrão! Algo mudou no meu caminho.
No canteiro central, um corpo enfeitado de balas, coberto pela lona preta, dorme indiferente o seu sono eterno. O sinal abre novamente a letargia dos meus pensamentos. Fica na boca o amargo à espera da hortelã. Qual seria o nome da vendedora de balas? Maria, Joana, Benedita, Francisca .... quem importa?
Bom dia patrão!!

MAReis

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Um Poema de Amor




Um poema de amor,
Só existe
Em uma história de amor.

Para falar de amor,
É preciso revelar-se,
Em cada verso construído.
E naquilo que se lê,
Reviver o amor vivido.

Um poema de amor,
Nos versos nascidos,
Devem ter o que se sente
Devem eles ser tecidos
Na teia da paixão presente.

Em um poema de amor,
Vale o todo que se traduz,
Da voz da alma aberta.
E cada palavra lida é luz,
Na leitura incerta,
Em um poema de amor.

Em um poema de amor,
Há de haver amor,
Deve ter nas suas linhas,
Lembranças dela e minhas!!! 

MAReis