sábado, 23 de janeiro de 2016

Veja!!!


 Veja!!!

Veja!
 Se o amor é mesmo uma arte,
Ainda que julgue  Marte,
Veja, quanto medo, para quem ama, há na espera,
E para quem ama que certeza há na palavra sincera.

Veja!
Se amor é mesmo uma arte,
Há, pois, de doer em quem parte,
Há de doer ainda mais em quem fica,
A dor repartida, a angústia da despedida.

Veja!
Se amor é mesmo arte,
Há de ser, pois, oxigênio que se reparte,
E na distância do olhar, há de manter acesa a vela,
E iluminar a noite do coração de quem por ele zela.

Se amor é mesmo arte,
Ainda que se disfarce,
Há de ser como orquídea em busca do sol,
Dá à árvore flor, cor, mais do que luz, farol.

Se o amor é mesmo arte,
Então que seja dele parte,
Todos os loucos adeuses divididos,
E todos os reencontros construídos.

Se amor é mesmo arte!!!


MAReis


quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Neste Instante



Neste Instante

Meus olhos os teus veem,
Se tu és triste ou feliz,
Que importância tem?
Vale o que o coração diz.

Tanto faz,
Venhas de branco,
Porque meu pranto,
É da paz.

Tempos de solidão,
Para se falar,
Para dar as mãos,
Para saudar o mar.

Tanto faz,
Venhas de branco,
Porque meu pranto,
É da paz.

MAReis

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Ao Mário de Andrade, Meu Poeta.


Mário de Andrade

Daqui de onde olho,
Do alto do Pico Jaraguá,
Assisto à São Paulo
Esparramar luzes
No infinito.

Nestas terras
De Piratininga,
Mario de Andrade!
A cidade continua,
Seu destino de ser grande.

Agiganta-se além do que se vê,
Muito além do relógio,
Esta cidade, Mário,
Não é para os olhos,
Mas para o coração.

Aquele Rio em curvas,
Está mais triste, mais reto,
Continua fugindo do mar,
Levando aos Pampas
O abraço aberto de Sampa.

E haja coração, meu poeta!




segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Este Mar


                        Este Mar.

Em mim, este mar inspira,
E por onde as ondas andam,
Há luz, há vida que transpira.

Eu, esta nau solitária, navega,
No  leito manso deste deserto,
Na vaga aberta da entrega.

No azul do infinito universo,
Vou alheio em rumo diverso,
Em lógica de relógio incerto.

No peito, os amigos,
Que o tempo inventa, e a vida,
Tão avessa à solidão, convida.

As alegrias vão comigo,
Neste vai e vem do remanso,
Alento, esperança e descanso.

Sigo, serenamente, para longe,
Levo as dúvidas dos amantes,
Sei que a flama do sol responde.

Navegando no que aprendi amar,
Descobri que tudo o que antes era
Medo, dor e rugir insano de fera,

É, hoje, apenas o meu mar!!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Enigma




Enigma


O que se busca além dos olhos,
São outros olhos que iluminam.
Porque o enigma continua
Em uma só prece,
E tantas dores diferentes!

Hoje, a minha paz vem
Deste cinza que abraça a cidade,
Deste azul por trás do cinza,
Destas vozes, na ressonância
Dos ecos diluídos, desta garoa,
Deste verde que veste a terra.

Amanhã, quem sabe?
Talvez venha nua e crua,
Talvez em uma foto
De um tempo qualquer.
Talvez no bico de um sabiá
No choro de um bem-te-vi,
No grito de um galo campineiro
À janela aberta do meu quarto.

Talvez por outros caminhos,
No galope de um alazão,
No vagão de um trem,
Nas asas de um avião,
Em uma mensagem
Que se aproxima, quem sabe?

MAReis