segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Regressão!



Regressão!!!


Venho

Das lajotas das ruas e das calçadas,

Da sombra da figueira do Grupo Escolar,

Dos salgados da cantina do Colégio,

Do cigarro de menta e do fumo de corda,

Da cuba libre e da batida de limão rosa.



Venho

Dos bancos da praça,

Dos bailes do Clube.

Do sino da Matriz,

Do cine da Paróquia,

Do alto falante da Igreja. 



Venho

Das peladas de futebol,

Das represas do Chapadão e do Laranjal,

Das pescas de traíras, de bagres e de lambaris,

Dos córregos do Jatobá e de Santa Maria,

Da leiteria da Fazenda Paredão.



Venho

Das caçadas na Flor Roxa,

Das águas da cachoeira do meu avô,  

Do “tancão”, dos cipós, das matas,

Do matadouro, do medo do cemitério,

Das festas de São Pedro e São João.



Venho

Das ruas enfeitadas da Paixão,

Das quermesses dos domingos,

Das mangueiras do Lar das meninas,

Das sacolas de São Vicente,

Das orações de D. Clemência e D. Chica.



Venho

Do pó das estradas sem asfaltos,

Dos sítios e dos seus nomes,

Das chaminés da Usina,

Do apito do trem,

Do martelar da araponga.



Venho

Do grito do vendedor de maçãs e do peixeiro,

Da cesta de vime, das tolhas de xadrez,

Do bater de palmas no portão,

Das costureiras, das boleiras, dos sapateiros,

Do carnaval  .... do guichê  .... do ônibus ....



Venho,

Dos homens e mulheres que

Hoje nomeiam as ruas

E povoam de saudades

Minha idade

E minha cidade.

Por isso sou assim!!!

MAReis

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Onde?

Onde?

Onde fica?
Fica aqui, bem aqui,
Dentro do coração.
Tem um bosque
Uma antiga linha de trem,
Uma fileira de mangueiras
À beira da estrada.
Uma Nossa Senhora
Deste tamanho
Que me saúda

A minha chegada.
Que ilumina
A minha partida.
Um ceu azul
Onde aprendi a ler
O Cruzeiro do Sul.
Como se chega lá?
Por estes caminhos
Do Oriente em mim!!


MAReis

domingo, 9 de agosto de 2015

Essas Vozes



Vozes

Dos templos
Escorre o mal
Maior dos tempos,
Pungindo de sal
O doce da boca.

Rezas avessas
Requentam o ódio
No prato da fé.
Apontam o Ceu,
Enxergam os pés.

Os mitos irados,
Comungam falas,
Ampliam gestos,
Coletivizam ideias,
Pastoreiam almas,
E coletam vidas!!!

MAReis