quinta-feira, 18 de agosto de 2016

DESPEDIDA!!!



Despedida!!!


Prá Dizer que Não Falei de Flores, embarquei no Trem das Onze, aquele velho Trem Azul. E nele vou seguindo rumo ao Fim de Tarde, meu coração em Disparada, perdido em um Porto de Solidão.
Além dos meus olhos, lá fora, As Águas de Março vão fechando o verão e contra a janela chocam Pingos de Amor.
Aquele amor desenhado no Sonho de Ícaro, lembra?
Você não me Ensinou a Te Esquecer, e nesta Travessia, nesta viagem louca e vertiginosa no tempo, nesta espaçonave de Eva, vou Vivendo e Aprendendo a Jogar, mas bem sei que Se eu Quiser Falar com Deus, preciso recolher os Retalhos de Cetim e desviver este amor de O Bêbado e a Equilibrista.
Preciso, Como Nossos Pais, minha Preta Pretinha, voar para além das minhas dores nas asas coloridas de um Pavão Misterioso, posar a beira mar, Passar uma Tarde Itapuã e como em um Conto de Sereia, reviver Aquele Abraço e Botar o Meu Bloco na Rua. E deixar toda essa dor ser uma Nuvem Passageira que como o vento se vai.
            Aquela Casinha Branca que sonhei por acreditar que Foi Deus quem Fez Você, é agora apenas uma Aquarela no peito deste Marinheiro Só, tornou-se apenas uma Saudosa Maloca onde eu você passamos tempos felizes de nossas vidas.
             Não! O nosso amor não Está Escrito nas Estrelas. Você é Menina Veneno, um Falso Brilhante que trago nas mãos e só agora percebo.
Porém sei que há em mim um jardim irrigado pelo meu Sangue Latino, onde hei de aprender a ser só ou então deixar nascer uma nova Garota de Ipanema e hei de ser feliz Outra Vez.
Upa! Neguinho, reaprendendo a ser feliz. Então, Canta, Canta Minha Gente, o Mar Serenou!!!  
 MAReis

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Suspiro!!

Antes que o suspiro
Finde no peito,
Antes que chore
Pelo amor desfeito.

Tão fora de hora!

Saiba,
Que neste hiato
Da língua muda,
Só vale agora,
O gesto, o olhar
Que implora.

Que pena,
Você botou lágrimas,
No meu poema!!

MAReis

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Faça-te Estrelas!



Faça- te Estrela!

Na solidão do quarto aberto na noite que me pertence,
Chegam-me as memórias construídas sob a luz da lua,
E na ânsia por trás de cada por sol, ainda que eu pense
Ficam, como tatuagem, mistérios em cada palavra nua.

Na transparência da janela descortinada, os olhos ficam
À espera da estrela que mate na boca a dor da ausência.
Ainda que um fio de brisa deslize como carícias às mãos,
Restam-me indistintas as vozes abrigadas na consciência.

Aquelas palavras escritas nas palestras das mesas fartas,
Aqueles abraços trocados na cruz dos nossos caminhos,
Aqueles silêncios feitos dos cansaços dos nossos carinhos,
É agora uma montanha de lembranças que não me aparta.

No balanço das nossas alegrias e dos nossos desencontros,
Sobram-nos os momentos de olhos, de bocas e de abraços,
E por mais que a lua sonhadora queira abrir o sol em nós,
A distância e o tempo são arquitetos na construção dos sós.

Volte! Faça-te estrela, entra pela janela aberta do quarto,
Nesta noite que nos pertence!! 

MAReis

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

EM FIM

Em Fim

No mar marejado
Dos meus olhos,
Enquanto o pranto
Não brota, a Lua alheia
Mete prata nas ondas
Soluçantes de saudades,
Que dançam em movimentos
De rotação na rota incerta
Do coração.

Neste outono em mim,
Esta estação sem fim,
Gemem as rajadas fortes,
Que impiedosas varrem
O Sol ao norte do oriente
Do meu corpo embriagado.

E na razão inversa, o ocidente
Da alma, na lógica ilógica
Dos pensamentos, apaga
As linhas do horizonte.  
E lá, onde morre toda luz,
Na ordem avessa e diversa,
A alma se liberta e brinca
De vida onde a vida se dispersa!!!


MAReis