domingo, 27 de abril de 2014

A Morte da Solidão




A Morte da Solidão

A taça soluça,
Translúcida de vinho,
E os ouvidos leem
Os risos escondidos
Por trás da solidão.

Os olhos saem à caça,
De outras taças solitárias
Pelo salão em transe.
Varrem outras mesas
Em busca da mesma ânsia.

As mãos escondem
A aflição da palavra incerta.
E o pulso sustenta,
Inexoravelmente, o minuto
Que o tempo mata.

No vazio da taça,
Na transparência do cristal,
Dois olhares se encontram,
Duas bocas se comungam,
E afogam no vinho da taça
A solidão e a madrugada!!!

MAReis

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