quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Enigma




Enigma


O que se busca além dos olhos,
São outros olhos que iluminam.
Porque o enigma continua
Em uma só prece,
E tantas dores diferentes!

Hoje, a minha paz vem
Deste cinza que abraça a cidade,
Deste azul por trás do cinza,
Destas vozes, na ressonância
Dos ecos diluídos, desta garoa,
Deste verde que veste a terra.

Amanhã, quem sabe?
Talvez venha nua e crua,
Talvez em uma foto
De um tempo qualquer.
Talvez no bico de um sabiá
No choro de um bem-te-vi,
No grito de um galo campineiro
À janela aberta do meu quarto.

Talvez por outros caminhos,
No galope de um alazão,
No vagão de um trem,
Nas asas de um avião,
Em uma mensagem
Que se aproxima, quem sabe?

MAReis

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