sábado, 16 de julho de 2016

Momento

Momento

Neste momento, os teus olhos é luz, chama de vela,
E neste escuro aberto da noite, me chama e me zela.
E na festa que me faz no coração, o peito pulsa em bits,
Ecoa, como se toques de carinho, tua voz que me assiste.

Beija-me o veneno de tarântula, entorpece-me a língua e a boca, 
E de lá onde escorre livre um fio de todos os desejos, como loucas,
As mãos libertas buscam a maciez da seda no ventre que se toca,
Meu corpo, em polo contrário, vai ao ritmo da sonoridade rouca.

No salão da cama inteira, nossas vidas pedem licença ao tempo,
E no azul profundo do oceano, onde brinca todo amor de Vênus, 
A noite, num repente de ciúme, colhe em uma rajada de vento,
Um milhão de estrelas e as lança sobre o delírio dos corpos nus.  

Depois ...
Quando todos os desejos saciados se abrem outra vez à luz do dia,
As mãos, que outrora se buscavam aflitas, dão adeus e se afastam.
Assim, o que antes vela, no sopro da janela aberta, apaga e se esfria. 
Fica a antevéspera da saudade e os silêncios das bocas que suplicam.

Fica ....  mas se fores mesmo, lembra-te, não te esqueças de levar tuas estrelas, 
Deixa-me apenas está noite e a lembrança dos teus olhos acesos como velas!!! 


MAReis

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