terça-feira, 10 de novembro de 2015

Bom Dia Patrão!

Bom dia Patrão! 
O alarme, na sua rotina matinal, abre os olhos entediados do novo dia. As notícias, quase as mesmas de ontem, talvez as mesmas de amanhã, chegam pelas vozes vestidas nos ternos pretos que mancham as telas das TVs.
Lá fora, na distância dos ouvidos sonolentos, o galo indiferente a tudo, mete seu grito na madrugada, acreditando ser o dono do despertar de todos os sonos. Tudo rotina.
A mesma rua abre-se ao escoar frio dos carros e das buzinas. O portão recua-se ao sorriso do porteiro. E sigo para o matadouro.
Minto! No cruzamento fechado não há as mesmas balas de ontem e nem as que seriam de amanhã. A vendedora, que não tinha nome e nem idade, não veio a minha janela, nem me disse bom dia patrão! Algo mudou no meu caminho.
No canteiro central, um corpo enfeitado de balas, coberto pela lona preta, dorme indiferente o seu sono eterno. O sinal abre novamente a letargia dos meus pensamentos. Fica na boca o amargo à espera da hortelã. Qual seria o nome da vendedora de balas? Maria, Joana, Benedita, Francisca .... quem importa?
Bom dia patrão!!

MAReis

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