sexta-feira, 22 de maio de 2015

Se Soubesse!



Se Soubesse!

Se soubesse
Que o dia amanheceria triste,
Que esta tristeza não é do tempo,
Mas minha, está aqui dentro.
Como uma velha parceira.

Se soubesse
Que não se mata tristezas
Com copos d’água,
Que elas permanecem presas
Na garganta como anzol na boca
Do peixe bem fisgado.

Se soubesse
Ao menos
De onde ela vem
Que destino tem,
Deixá-la-ia existir.
E que em um gesto de ousadia,
Poderia convidá-la para sair,
Andar por aí a toa
E brindar a vida.
E depois, bem depois,
No cansaço do nada
Poderia despedir-me dela
Enchendo-me de alegrias.

Ah! Se soubesse
Prendê-la-ia à toalha
Na mesa de um bar qualquer,
No ponto final de um verso
Na última gota de cerveja.

Se soubesse!!!

MAReis

Nenhum comentário:

Postar um comentário