segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

A Dor de Medéia



A Dor de Medeia – Notícia de jornal
(Um crime Passional)
Tudo passou despercebido.
Os pedidos camuflados,
Os sorrisos sob os prantos,
Os olhares sem seus encantos,
Os nãos mil vezes repetidos,
Os perfumes e seus cheiros,
As flores secas e os cinzeiros.
Tudo passou despercebido.
A salada sem tempero,
O prato no canto da pia,
As mãos em desespero,
A resposta crua e fria,
O silêncio na hora errada,
O grito na lágrima adiada.
Tudo passou despercebido.
O medo ferino do momento,
O suspiro, pedaço de lamento, 
O gesto que perdeu a graça,
O copo que substituiu a taça,
A palavra que matou o beijo,
O sono que rompeu o desejo.
Tudo passou sem ser sentido
A última gota, prenúncio do fim,
Morreram todas as esperanças,
Fertilizando todas as vinganças,
Tudo depois é dor, desespero,
É nada, é noite, é efêmero. 
Só loucura,
Insanidade pura!!!!
MAReis

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