Na Pele e na Fé.
Esta negritude que mora em
mim.
Vem do giro das baianas e
suas saias,
Nas escadas da igreja do
Bonfim.
Flores que o mar devolve às
praias.
Vem destas poesias cantadas
Na vertigem de um cafuné.
Feita nas vozes arrastadas.
No dendê e no sabor do
acarajé.
Da sardinha frita no fubá.
Do fumo e do cachimbo.
Dos filhos de Ghandi, dos
abadás
Das galinhas d’angola e do
domingo.
Vem do cheiro do mungunzá,
Da canjica, do caldo do
mocotó
Da água fresca da moringa.
Do batuque sustentado no
gogó.
Da moqueca na panela de barro
Da muvuca, da cachaça e do
jiló.
Do samba que desceu o morro.
Da minha Nega, meu xodó.
Vem dos pés do Besouro
Do acorde do berimbau,
Vem
da ginga e dente de ouro.
Do vatapá e da carne de
sol.
Vem da Àfrica e do axé.
Do algodão, do brilho da
miçanga,
De Amado, de Caymi e do
compadre Zé.
Da ginga, da caçamba e de corda
bamba.
Da maracutaia, da muamba de Iapi.
Do cochilo à sombra do baobá.
Do quiabo, do inhame e do
assai.
Do horizonte e do cheiro do
jatobá.
Sem medo, sem fuxico,
Sem canga e sem xingo,
Não temo marimbondo
Nem corro de camundongo.
Sou negro na pele
Sou negro na fé!!!!
MAReis
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