segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

No Quarto de Despejo



Repousa a bola furada,
O pião sem cordel,
O tabuleiro incompleto,
O estilingue quebrado.
Nas lembranças empilhadas,
Na caixa amarelada,
Dormem as cartas de amor,
Em letras desenhadas.
Na prateleira empoeirada,
Os primeiros romances,
Os primeiros versos,
Os ideais perdidos.
E encostado à parede,
O nariz vermelho
Sobre o riso alargado,
Da boca do palhaço,
Finge alegria.
Sei que vivo e
O quarto alarga-se no tempo.
MAReis

Nenhum comentário:

Postar um comentário